domingo, 29 de maio de 2011

A presidente Dilma ou a presidenta Dilma?

Essa pergunta é motivo de muita polêmica.Há uma explicação para isso: a eleição da primeira mulher à Presidência da República, Dilma Rousseff. Gramaticalmente as duas formas estão corretas. Ou seja, pode ser “a presidente Dilma” e “a presidenta Dilma”. Neste momento, sem dúvida “a presidente” é a mais comum. E, se olharmos para o passado da língua, é a mais lógica. Palavras que vieram do particípio presente do latim, normalmente terminadas em -ante, -ente e -inte, são invariáveis. O que identifica é o artigo ou outro determinante: o/a amante, o/a gerente, meu/minha presidente. A língua, contudo, nem sempre é lógica. Muitas vezes ela foge do controle e revela uma face inventiva indiferente às regras. Isso ocorreu, por exemplo, com “comediante”, que ganhou o feminino “comedianta”; com “infante”, que ganhou “infanta”; com “parente”, que ganhou “parenta”; e com “presidente”, que ganhou “presidenta”. A Lei Federal nº 2.749/56 diz que o emprego oficial de nome designativo de cargo público deve, quanto ao gênero, se ajustar ao sexo do funcionário. Por tudo isso, defendemos a adoção do feminino “a presidenta”. Apesar de neste momento a maioria, pelo que mostra a imprensa, preferir “a presidente”. Intuímos, porém, que ocorrerá no Brasil o mesmo que sucedeu com dois vizinhos nossos. Na Argentina, Cristina Kirchner começou sendo chamada de “la presidente” e hoje é “la presidenta”. O mesmo ocorreu com Michelle Bachelet, no Chile, que terminou o mandato como “la presidenta”. O tempo dirá se nossa intuição estava certa.



Um comentário:

  1. A respeito desse assunto, recomendo a leitura do seguinte artigo:

    http://discordiagramatical.blogspot.com/2011/06/o-sufixo-proibido.html

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