sábado, 19 de novembro de 2011

PERIPÉCIAS DA ALDENOURA


Os convidados é que trabalharam!
A Aldenoura nos convidou para seu aniversário e logo avisou que se não chegássemos antes das 9h da manhã não iríamos entrar. Imaginamos, então, um big café da manhã, afinal de contas, ela também era mestra em fazer comilanças deliciosas. Acordamos cedo, e, em jejum, nos deslocamos para o sítio “O que é que te farta”, localizado na ponte do ipixuna. Quando Chegamos, logo percebemos que fomos enganados, pois apenas uma garrafa de café preto e umas rosquinhas enfeitavam a mesa. Mas, em cima de outras mesas, estavam os materiais necessários para preparar o churrasco, o arroz, a farofa, a salada de fruta, a sobremesa... E, para a nossa maior surpresa, os nomes dos componentes de cada equipe. Cada uma teria que executar uma tarefa. Foi, então, que “caiu a ficha”, nós iríamos preparar o almoço para ela. Executamos as atividades com o estômago roncando. No início reclamos, mas depois ela se encarregou de alegrar o nosso ambiente. Colocou música e charlava com uma taça de champanhe ao redor de cada mesa. Fiscalizava todas as tarefas nos mínimos detalhes e não parava de falar, sugerir, mandar refazer... E depois ainda deu nota para cada grupo. O que a equipe vencedora ganhou? Experiência, muita experiência. E, é claro, as belas lições da nossa mestra: “Não fizeram mais do que a obrigação de vocês. Queriam que eu trabalhasse dia do meu aniversário? Ora, quem merece o presente? A aniversariante!” É, mana, e não é que você tinha razão! Obrigada por esses momentos lindos que passamos ao seu lado!

terça-feira, 8 de novembro de 2011

PERIPÉCIAS DA ALDENOURA


- A sabotagem do concurso de beleza

Como sempre foi taxada pela família de feia ou diferente, pelo fato de não ter lindos olhos claros, a Aldenoura resolveu fazer um concurso de beleza entre as seis irmãs. Era necessário provar o contrário. Planejou tudo, determinou, inclusive, que as candidatas iriam ser as próprias juradas. Ela sabia, esperta como era, que, nesse momento, os quesitos afinidade, interesse, amizade iam definir o resultado. Por isso, de maneira brilhante, conseguiu subornar a irmã caçula, só foi preciso alguns bombons e a narrativa de historinhas infantis. A coitadinha, sem saber das intenções da irmã mais velha, resolveu dar seu humilde voto para ela. Quando foi somada a votação, “a patinha feia” era a vencedora. As outras, enfurecidas, resolveram fazer uma CPI e descobriram que a Aldenoura votou nela mesma, por isso somou dois votos e, então, foi a ganhadora do grande concurso; enquanto as outras, tiveram apenas um. E ela, de maneira sábia e criativa, defendeu seu ponto vista: “Se eu não me achar bonita e valorizar, quem vai achar? E ainda concluiu sua grande teoria : “os olhos claros só servem para inflamar e dar remela”.

Minha irmã era muito presepeira! É muito, muito difícil usar o verbo no passado!

terça-feira, 1 de novembro de 2011

PERIPÉCIAS DA ALDENOURA



Vale a pena qualquer coisa para ver seu ídolo

Aldenoura era fã número um do cantor Jerry Adriane. Na época, ele arrebatava os corações das mocinhas . Um dia, chegou a notícia que ele iria cantar em Abaetetuba. A euforia foi total. Mas, um grande problema surgiu: Como adquirir o dinheiro para comprar o ingresso? Tio Pedra, pai da Aldenoura, para colocar em prova o tamanho do amor da fã pelo ídolo, sugeriu que ela lavasse o chiqueiro do porco. Ela aceitou na hora. Então, passou a tarde toda suja de lama com um odor insuportável. Por volta das cinco da tarde, o Copacabana, em edição extraordinária, anunciou o cancelamento do show. Ela serviu de caçoada por muito tempo. Mas, depois de muitos anos, quando já estava casada, realizou seu grande sonho, foi para Vila dos Cabanos assistir a um show do seu ídolo. Não só cantou e dançou , como também teve a oportunidade de conhecê-lo. Após muitos empurrões e euforias, conseguiu entrar no camarim. O encontro foi regado com abraços e beijos. E as fotos foram tiradas com objetivo de esnobar daqueles que zombaram dela por muito tempo. Lição: Não devemos desistir dos nossos sonhos! Depois conto mais peripécias da nossa eterna professora, minha irmã inesquecível. Agora eu sei que a “morte afasta as pessoas fisicamente, mas não consegue afastar as relações”.

POEMA

Com os Mortos
Os que amei, onde estão? Idos, dispersos,
arrastados no giro dos tufões,
Levados, como em sonho, entre visões,
Na fuga, no ruir dos universos...

E eu mesmo, com os pés também imersos
Na corrente e à mercê dos turbilhões,
Só vejo espuma lívida, em cachões,
E entre ela, aqui e ali, vultos submersos...

Mas se paro um momento, se consigo
Fechar os olhos, sinto-os a meu lado
De novo, esses que amei vivem comigo,

Vejo-os, ouço-os e ouvem-me também,
Juntos no antigo amor, no amor sagrado,
Na comunhão ideal do eterno Bem.

Antero de Quental, in "Sonetos"


terça-feira, 25 de outubro de 2011

CRITÉRIOS DE CORREÇÃO DO ENEM


A redação do Enem é corrigida por dois corretores de forma independente, sem que um conheça a nota atribuída pelo outro. A nota final corresponde à média aritmética simples das notas atribuídas pelos dois corretores. Caso haja discrepância de 300 pontos ou mais na nota atribuída pelos corretores (em uma escala de 0 a 1000), a redação passará por uma terceira correção, realizada por um supervisor.
A nota atribuída pelo supervisor substitui a nota dos demais corretores. De acordo com o edital, o Inep considera que a metodologia empregada na correção das redações contempla recurso de ofício.
Será atribuída nota zero à redação: que não atender a proposta solicitada ou que possua outra estrutura textual que não seja a do tipo dissertativo-argumentativo; sem texto escrito na folha de redação, que será considerada "em branco"; com até sete linhas, qualquer que seja o conteúdo, que configurará "texto insuficiente"; linhas com cópia dos textos motivadores apresentados no caderno de questões serão desconsideradas para efeito de correção e de contagem do mínimo de linhas; com impropérios, desenhos e outras formas propositais de anulação, que será considerada "anulada".

CORREÇÃO DA REDAÇÃO DO ENEM

Nesta seção, iremos ajudá-lo a entender como é feita a correção da redação e os critérios utilizados nela.

Apresentamos as redações do ENEM de 98, 99 e do simulado COC-ENEM. Numa folha de papel à parte, refaça estas redações, treinando suas competências e habilidades.

A redação deverá ser estruturada na forma de texto em prosa do tipo dissertativo-argumentativo, a partir da proposta de um tema de ordem social, científica, cultural ou política.

Na redação, também serão avaliadas as cinco competências da Matriz do ENEM, referidas à produção de um texto. Cada uma das competências será avaliada numa escala de 0 a 100 pontos.

Caso o participante não desenvolva o tema e a estrutura solicitados, será atribuída a nota ZERO à competência II da redação, o que anula a correção das demais competências da redação. A nota global da redação, neste caso, será ZERO.

A nota global da redação será dada pela média aritmética das notas atribuídas a cada uma das cinco competências específicas da redação.

As cinco competências avaliadas na redação são as mesmas avaliadas na parte objetiva da prova, traduzidas para uma situação específica de produção de texto, conforme especificado a seguir:

Parte Objetiva Redação
I. Dominar a norma culta da Língua Portuguesa e fazer uso das linguagens matemática, artística e científica. I. Demonstrar domínio da norma culta da língua escrita.
II. Construir e aplicar conceitos da várias áreas do conhecimento para a compreensão de fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos, da produção tecnológica e das manifestações artísticas. II. Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo.
III. Selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações representados de diferentes formas, para tomar decisões e enfrentar situações-problema. III. Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
IV. Relacionar informações, representadas em diferentes formas e conhecimentos disponíveis em situações concretas, para construir argumentação consistente. IV. Demonstrar conhecimento dos mecanismos lingüísticos necessários para a construção da argumentação.
V. Recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para elaboração de propostas de intervenção solidária na realidade, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural. V. Elaborar proposta de solução para o problema abordado, mostrando respeito aos valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.

Na competência I, espera-se que o participante escolha o registro adequado a uma situação formal de produção de texto escrito. Na avaliação, serão considerados os fundamentos gramaticais do texto escrito, refletidos na utilização da norma culta em aspectos como: sintaxe de concordância, regência e colocação; pontuação; flexão; ortografia; e adequação de registro demonstrada, no desempenho lingüístico, de acordo com a situação formal de produção exigida.

O eixo da competência II reside na compreensão do tema que instaura uma problemática a respeito da qual se pede um texto escrito, em prosa, do tipo dissertativo-argumentativo. Por meio desse tipo de texto, analisam-se, interpretam-se e relacionam-se dados, informações e conceitos amplos, tendo-se em vista a construção de uma argumentação, em defesa de um ponto de vista.

Na competência III, procura-se avaliar como o participante, em uma situação formal de interlocução, seleciona, organiza, relaciona e interpreta os dados, informações e conceitos necessários para defender sua perspectiva sobre o tema proposto.

Na competência IV, avalia-se a utilização de recursos coesivos da modalidade escrita, com vistas à adequada articulação dos argumentos, fatos e opiniões selecionados para a defesa de um ponto de vista sobre o tema proposto. Serão considerados os mecanismos lingüísticos responsáveis pela construção da argumentação na superfície textual, tais como: coesão referencial; coesão lexical (sinônimos, hiperônimos, repetição, reiteração); e coesão gramatical (uso de conectivos, tempos verbais, pontuação, seqüência temporal, relações anafóricas, conectores intervocabulares, intersentenciais, interparágrafos).

Na competência V, verifica-se como o participante indicará as possíveis variáveis para solucionar a problemática desenvolvida, quais propostas de intervenção apresentou, qual a relação destas com o projeto desenvolvido sobre o tema proposto e a qualidade destas propostas, mais genéricas ou específicas, tendo por base a solidariedade humana e o respeito à diversidade de pontos de vista, eixos de uma sociedade democrática.

REDAÇÃO DO ENEM/2011

Comentário Redação Enem 2011

quarta-feira, 29 de junho de 2011

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Esse blog é Demais!

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terça-feira, 28 de junho de 2011

O HETERÔNIMO RICARDO REIS










Médico de profissão, monárquico, viveu emigrado alguns anos no Brasil, educado num colégio de jesuítas, recebeu, pois, uma formação clássica e latinista e foi imbuído de princípios conservadores, elementos que são transportados para a sua concepção poética. Domina a forma dos poetas latinos e proclama a disciplina na construção poética.

Ricardo Reis é marcado por uma profunda simplicidade da concepção da vida, por uma intensa serenidade na aceitação da relatividade de todas as coisas.

Características e Temas

01. Proclama-se neo-pagão

Acima da verdade
Acima da verdade estão os deuses
A nossa ciência é uma falhada cópia
Da certeza que com eles
Sabem que há o Universo.

02. O Destino apregoando a sua crença nos deuses e no fatum (destino), que está acima deles e que os comanda.

Cada um cumpre o destino que lhe cumpre,
E deseja o destino que deseja;
Nem cumpre o que deseja,
Nem deseja o que cumpre.

03. Ricardo Reis era discípulo de Alberto Caeiro, são formas distintas do Sensacionismo

Mestre, são plácidas
Todas as horas
Que nós perdemos,
Se no perdê-las,
Qual numa jarra,
Nós pomos flores.

04. . Epicurista (na busca dos prazeres moderados, na fuga à dor e na defesa da ataraxia, que não é mais do que a busca da felicidade com a tranqüilidade).

De Aristóteles falando.
Mas Epicuro melhor
Me fala, com a sua cariciosa voz terrestre
Tendo para os deuses uma atitude também de deus,
Sereno e vendo a vida À distância a que está.

05. Carpem diem - Versa o tema horaciano do carpe diem, isto é, do aproveitar o momento presente, o prazer de cada instante.

Breve o dia, breve o ano, breve tudo.

Não tarda nada sermos.

Isto, pensado, me de a mente absorve

Todos mais pensamentos.

O mesmo breve ser da mágoa pesa-me,

Que, inda que mágoa, é vida

06. Neolássico - Utiliza, com freqüência, um tom moralista, convidando à aceitação calma da ordem das coisas

É tão suave a fuga deste dia, Lídia,
que não parece, que vivemos.
Sem dúvida que os deuses
Nos são gratos esta hora,
Em paga nobre desta fé que temos
Na exilada verdade dos seus corpos
Nos dão o alto prêmio
De nos deixarem ser
Convivas lúcidos da sua calma,

07. Sensacionismo – Efemeridade Preconiza a carência das idéias dogmáticas e filosóficas como meio de manter-se puro e sossegado;

No ciclo eterno das mudáveis coisas
Novo inverno após novo outono volve
À diferente terra
Com a mesma maneira.
Cada dia sem gozo não foi teu
Foi só durares nele.
Quanto vivas Sem que o gozes, não vives.

08. Anticristão:

Não a Ti, Cristo, odeio ou te não quero.
Em ti como nos outros creio deuses mais velhos.
Só te tenho por não mais nem menos
Do que eles, mas mais novo apenas.

09. Amor platônico

Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz, Nem invejas que dão movimento demais aos olhos, Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria, E sempre iria ter ao ar.

Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as

No colo, e que o seu perfume suavize o momento - Este momento em que sossegadamente não cremos em nada,

Estilo/ Linguagem:

· Utilização de um estilo laboriosamente construído, de uma linguagem erudita e alatinada no vocabulário e na sintaxe.

· Recurso às frases subordinadas.

· Uso do hipérbato, da metáfora, do eufemismo e da comparação.

· Recurso ao gerúndio e ao imperativo (ou conjuntivo com valor de imperativo) com caráter exortativo, ao serviço do tom sentencioso e do caráter moralista da sua poesia.

· Utilização da ode, ao estilo de Horácio.


Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio

Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos as mãos.)

Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,
Mais longe que os deuses.

Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer nao gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente
E sem desassosegos grandes.

Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,
Nem invejas que dão movimento demais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,
E sempre iria ter ao mar.

Amemo-nos tranquilamente, pensando que podiamos,
Se quise'ssemos, trocar beijos e abrac,os e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o.

Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as
No colo, e que o seu perfume suavize o momento -
Este momento em que sossegadamente nao cremos em nada,
Pagãos inocentes da decadência.

Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-as de mim depois
Sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,
Porque nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijamos
Nem fomos mais do que crianças.

terça-feira, 31 de maio de 2011

LEITURAS PSS 2012-2ª FASE

1. Gil Vicente — O pranto de Maria Parda (monólogo).
2. Lirismo (religioso e amoroso) e a sátira de Gregório de Matos Guerra.
3. Arcadismo em poemas líricos de Bocage.
4. Romantismo - Leitura dos poemas “Navio Negreiro”, de Castro Alves, e “I-Juca-Pirama”, de Gonçalves Dias.
5. Realismo, Naturalismo e Parnasianismo
5.1. Leitura dos contos “Desilusão” e “Que bom marido”, do volume Contos Paraenses, de Marques de Carvalho;
5.2. Leitura das crônicas “Trabalho feminino”, “Antônio Conselheiro”, “Prostituição infantil” e “Recenseamento”, de Olavo Bilac.
6. Simbolismo - Leitura de poemas de Camilo Pessanha e Cruz e Sousa.
7. Modernismo
7.1. Leitura do conto “O carro dos milagres”, de Benedicto Monteiro;
7.2. Leitura de Primeira manhã, de Dalcídio Jurandir;
7.3. Leitura do romance A viagem do elefante, de José Saramago;

domingo, 29 de maio de 2011

Atenção 3ª ANO! Dicas para o teste de Redação

1-Após pressão de religioso, governo suspende Kit anti-homofobia;
2-O livro de português distribuído pelo MEC para turmas de Educação de Jovens e Adultos(EJA), causou grande polêmica;
3-Escola de Realengo: palco de um grande massacre;
4-Defesa do meio ambiente x desenvolvimento econômico;
5-Caso ALEPA;
6-Mães que matam ou abandonam os seus próprios filhos;

A presidente Dilma ou a presidenta Dilma?

Essa pergunta é motivo de muita polêmica.Há uma explicação para isso: a eleição da primeira mulher à Presidência da República, Dilma Rousseff. Gramaticalmente as duas formas estão corretas. Ou seja, pode ser “a presidente Dilma” e “a presidenta Dilma”. Neste momento, sem dúvida “a presidente” é a mais comum. E, se olharmos para o passado da língua, é a mais lógica. Palavras que vieram do particípio presente do latim, normalmente terminadas em -ante, -ente e -inte, são invariáveis. O que identifica é o artigo ou outro determinante: o/a amante, o/a gerente, meu/minha presidente. A língua, contudo, nem sempre é lógica. Muitas vezes ela foge do controle e revela uma face inventiva indiferente às regras. Isso ocorreu, por exemplo, com “comediante”, que ganhou o feminino “comedianta”; com “infante”, que ganhou “infanta”; com “parente”, que ganhou “parenta”; e com “presidente”, que ganhou “presidenta”. A Lei Federal nº 2.749/56 diz que o emprego oficial de nome designativo de cargo público deve, quanto ao gênero, se ajustar ao sexo do funcionário. Por tudo isso, defendemos a adoção do feminino “a presidenta”. Apesar de neste momento a maioria, pelo que mostra a imprensa, preferir “a presidente”. Intuímos, porém, que ocorrerá no Brasil o mesmo que sucedeu com dois vizinhos nossos. Na Argentina, Cristina Kirchner começou sendo chamada de “la presidente” e hoje é “la presidenta”. O mesmo ocorreu com Michelle Bachelet, no Chile, que terminou o mandato como “la presidenta”. O tempo dirá se nossa intuição estava certa.



JOGOS DE LÍNGUA PORTUGUESA

Quer testar seus conhecimentos de língua portuguesa de uma maneira lúdica? Acesse http://www.soportugues.com.br/secoes/jogos.php#

terça-feira, 24 de maio de 2011

A SEMANA DE ARTE MODERNA-"UM SÓ CORAÇÂO"

A FESTA DAS FIGURAS


A Metáfora ofereceu uma festa nos salões de sua casa de campo semântico. Entre a lista dos presentes figuravam várias personalidades de Linguagem Figurada : a Metonímia, a Antítese, a Hipérbole e outras menos cotadas e conotadas. Como anfitriã, a Metáfora queria fazer boa figura e ia de um campo semântico para outro a todo instante, atribuindo sempre um outro sentido a tudo que fazia. Dona Hipérbole logo se fez notada, sempre escandalosa e a fim de impressionar vestindo um longo de mil bordados, mas foi muito criticada pela Comparação xereta como as lavadeiras, e que vivia fazendo comparações dos outros. A Antítese, ora triste, ora alegre, servia com doçura os salgadinhos da festa. Durante a festa foi apresentado um número de mágicas com a famosa Prosopopéia, que faz todos os objetos inanimados andarem de um lugar para outro como se tivessem vida. Caso lamentável, foi o do jovem hipérbato sempre apressadinho, precipitando-se em antecipar tudo, especialmente, termos da oração, a calma parece que lhe falta. No meio da festa, pondo-se na frente do garçom, a bandeja que ele levava derrubou. Quando isto aconteceu, a Madame Gradação, tão moderada e metódica, deu aos poucos olhares de constrangimento, de desdém, de aborrecimento, de ira. Tal tumulto deu origem a que o livro de figuras da Senhora Metáfora desaparecesse e quando o Senhor Eufemismo foi chamado para investigar o caso, não contradisse sua fama de pessoa bondosa, que procurava ver a realidade por um lado mais suave, mais brando, e retrucou que não acreditava que ali alguém fosse capaz de se apropriar do alheio. Mal se falou em injustiça, surgiu a figura da Silepse, que, sempre voltada à concordância ideológica, subiu na mesinha e fez um discurso político : "As figuras estamos enganadas em querer mudar o sentido do mundo. Estes dão gestos da arraia miúda que querem ter problemas. Aqui não há injustiça. A gente devia ficar até satisfeitos ..." Nisto foi interrompida pela Ironia, que aplaudia freneticamente, murmurando : "Que retórica ! Que voz da verdade ! " Há quem diga que a Ironia estava gozando, mas é próprio da Ironia dizer o contrário do que se diz. Mas a Doutora Perífrase não vendo ali nenhum deboche, aproveitou o ensejo para se manifestar também, pois foi só ouvir a palavra retórica que se sentiu sensibilizada e aproveitou esta : "Senhoras e senhores, cara anfitriã mãe das figuras, a justiça única é a justiça do Criador de todas as coisas... blá, blá, blá..." No jardim, a Metonímia não ouvia o discurso tão entretida que estava com o seu último caso. Como tinha casos a Metonímia ! Segundo a Hipérbole, já passava da casa do milhar. Este seu caso já era meio idoso, era um figurão, um tanto esquisito. Durante toda a festa subia para cima e descia para baixo várias vezes. Há pouco tinha acabado de sair para fora do salão e se dedicava à Metonímia. Esta bebia copos e mais copos de vinho enquanto beliscava um Roquefort. Como mulher ambiciosa, pensava. Encontrava no Pleonasmo um par que só lhe daria certezas e boa música, pois ele era um piano de primeira. Feminina e esperta como toda saia que se preza, a Metonímia era a juventude que o Sr. Pleonasmo desejava. Seu antigo caso, a Catacrese, já estava cansada para o amor, tanto que durante a festa dormiu nos braços da cadeira, com a cabeça enterrada nas mãos. Só no final da festa é que a Metáfora, sentindo-se cansada de tanto mudar de figura para agradar os convidados, em sentido figurado desmaiou, perdeu o sentido.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

PRÊMIO VIVALEITURA/2011

Inscreva o projeto da sua escola no PRÊMIO VIVALEITURA 2011. As inscrições já começaram e terminam no dia 20/07/2011. Maiores informações, visite www.premiovivaleitura.org.br

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

.100 Anos de vírgula...


Muito legal a campanha dos 100 anos da ABI

(Associação Brasileira de Imprensa).

Vírgula pode ser uma pausa...

ou não.

Não, espere.
Não espere..

Ela pode sumir com seu dinheiro.
23,4.
2,34.


Pode criar heróis..
Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.


Ela pode ser a solução.
Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.


A vírgula muda uma opinião.
Não queremos saber.
Não, queremos saber.


A vírgula pode condenar ou salvar.
Não tenha clemência!
Não, tenha clemência!


Uma vírgula muda tudo.


Detalhes Adicionais:


SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM A MULHER ANDARIA DE QUATRO À SUA PROCURA.

* Se você for mulher, certamente colocou a vírgula depois de MULHER...

* Se você for homem, colocou a vírgula depois de TEM...

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

MUITO INTERESSANTE!

A metáfora do casamento é útil para entender a relação entre o substantivo e o adjetivo
Ernani Pimentel

Muita gente não sabe diferenciar num texto um adjetivo de um substantivo, dúvida que, não sendo sanada, impede a compreensão de tudo o que a isso se segue. Por exemplo: "beleza" é adjetivo ou substantivo?

1 Substantivo representa uma ideia-base, nomeia seres (homem, pedra, água, rio, comida...) e caracteríscas ou qualidades de seres, vistas como ideia-base (utilidade, amabilidade, largura, beleza...)

2 Adjetivo representa ideia acompanhante, caracteriza o substantivo e com ele concorda em gênero e número, com exceção dos adjetivos uniformes (útil, amável...), que só concordam em número.

3 Como saber se as palavras "altura", "largura", "beleza"..., que designam características de seres, são substantivos ou adjetivos?

4 Sabendo que "homem" e "mulher" são substantivos, tome-as no plural e veja se "altura" concorda com elas: "homens altura, mulheres altura"... Como não concorda com os substantivos "homens" e "mulheres", sabe-se que "altura" é também substantivo, porque substantivo não casa (não concorda) com substantivo. Qual, então, o adjetivo correspondente ao substantivo "altura"? Alto? Vejamos... "homens altos"," mulheres altas"... isso! "Alto" casa com o substantivo, portanto, é adjetivo.

5 Veja agora se "largura" e "beleza" são substantivos ou adjetivos: "homens larguras", "mulheres larguras", "homens belezas", "mulheres belezas"... a conclusão é que "largura" e "beleza" não podem concordar com o substantivo, por isso são substantivos. Que adjetivos correspondem a eles? Se disser "homens largos", "mulheres largas", "homens belos", "mulheres belas" e que os adjetivos buscados são "largo" e "belo", acertou.

6 Conclusão: em gramática não há casamento homo, só hetero e tradicional: sem ferir o respeito devido, assim diz o antigo testamento gramatical: o adjetivo foi feito da costela do substantivo, para com ele casar e concordar.

7 Teste com: fidelidade, fiel; harmonia, harmonioso; gentileza, gentil; equilíbrio, equilibrado; consciência, consciente.