terça-feira, 9 de abril de 2013

ELEMENTOS DE COESÃO

Algumas palavras e expressões facilitam a ligação entre as ideias, estejam elas num mesmo parágrafo ou não. Não é obrigatório, entretanto, o emprego destas expressões para que um texto tenha qualidade. Seguem algumas sugestões e suas respectivas relações: assim, desse modo - têm valor exemplificativo e complementar. A sequência introduzida por eles serve normalmente para explicitar, confirmar e complementar o que se disse anteriormente. ainda - serve, entre outras coisas, para introduzir mais um argumento a favor de determinada conclusão; ou para incluir um elemento a mais dentro de um conjunto de ideias qualquer. aliás, além do mais, além de tudo, além disso - introduzem um argumento decisivo, apresentado como acréscimo. Pode ser usado para dar um “golpe final” num argumento contrário. mas, porém, todavia, contudo, entretanto... (conj. adversativas) - marcam oposição entre dois enunciados. embora, ainda que, mesmo que - servem para admitir um dado contrário para depois negar seu valor de argumento, diminuir sua importância. Trata-se de um recurso dissertativo muito bom, pois sem negar as possíveis objeções, afirma-se um ponto de vista contrário. este, esse e aquele - são chamados termos anafóricos e podem fazer referência a termos anteriormente expressos, inclusive para estabelecer semelhanças e/ou diferenças entre eles.

PLANEJAMENTO

Escrever não significa apenas preencher o papel com frases, mas também não se constitui um martírio. Um texto pressupõe simples operações anteriores, entre as quais está o planejamento. Assim que se recebe uma proposta de redação, uma série de ideias sobre o assunto vem à cabeça. Deve-se registrar todos os pensamentos no papel. Fatos, informações, opiniões, um caso que aconteceu e éde conhecimento geral, tudo deve ser anotado em forma de esquema. Não deve ser preocupação, nessa fase, a ordenação dessas ideias. Essa primeira fase, denominada fluxo de ideias, é fundamental para a execução da redação. Muitas ideias anotadas talvez nem sejam utilizadas depois, enquanto outras podem surgir adiante. É claro que as elocubrações não vão aparecer do nada. Elas fazem parte de um repertório de opiniões, fatos, informações a que se está exposto todos os dias. Partindo desse conjunto desordenado, pode-se perceber a possibilidade de agrupá-las segundo certas semelhanças. Uma divisão possível seria em causas, consequências, polêmicas, históricas, soluções etc. Dica para captação de ideias: relacionar o tema proposto com as perguntas “por quê?”, “como?”, “quais?”, a cada argumento levantado, a fim de promover uma reflexão mais profunda sobre o assunto. Lembrar-se de que, ao redigir, não se deve esquecer de: anotar todas as ideias, frases, palavras, sensações que surgirem sobre o tema; fazer uma seleção das ideias que surgiram; pensar num plano para o texto, estruturando-o em introdução, desenvolvimento e conclusão; revisar no rascunho, ao final, a grafia das palavras, a pontuação das frases e a eufonia das palavras usadas, assim como a adequação vocabular ao contexto.

Estrutura textual

Assunto Delimitar um aspecto acerca do tema proposto é importante para uma boa abordagem do assunto. Não se poderá fazer uma análise aprofundada se o tema for amplo, por isso especifica-se o assunto a ser tratado. A escolha do aspecto, entretanto, não pode restringir demais o tema ou corre-se o risco da falta de ideias. Essa delimitação deve ser feita na introdução e, a partir daí, o leitor sabe que aquele aspecto será explorado no decorrer do texto e a conclusão fará menção direta a ele. Observe alguns exemplos: televisão - a violência na televisão / a televisão e a opinião pública; a vida nas grandes cidades - a vida social dos jovens nas grandes cidades / os problemas das grandes cidades; preconceitos - preconceitos raciais / causas do preconceito racial; progresso - vantagens e desvantagens sociais do progresso / progresso e evolução humana.

PARTES DE UMA DISSERTAÇÃO-CONTIBUAÇÃO

Desenvolvimento Esta segunda parte de uma redação, também chamada de argumentação, representa o corpo do texto. Aqui serão desenvolvidas as ideias propostas na introdução. É o momento em que se defende o ponto de vista acerca do tema proposto. Deve-se atentar para não deixar de abordar nenhum item proposto na introdução. Pode estar dividido em 2 ou 3 parágrafos e corresponde a umas 20 linhas, aproximadamente. A abordagem depende da técnica definida na introdução: 3 argumentos, causas e consequências, histórico ou prós e contras. O conceito de argumento é importante, pois ele é a base da dissertação. Causa, consequência, pró, contra, espacial, histórico, crítico são todos tipos de argumentos; logo pode-se apresentar 3 causas, por exemplo, num texto. A reflexão sobre o tema proposto não pode ser superficial, para aprofundar essa abordagem buscam-se sempre os porquês. De modo prático o procedimento é: Levantar os argumentos referentes ao tema proposto. Fazer as perguntas: por quê?, como? quais?, a cada um deles, relacionando-o diretamente ao tema, à sociedade brasileira atual, à comunidade planetária etc. A distribuição da argumentação em parágrafos depende, também, da técnica adotada: 3 argumentos - um parágrafo explica cada um dos argumentos causas e consequências - podem estar distribuídas em 2 ou 3 parágrafos. Ou agrupam-se causas e consequências, constituindo 2 parágrafos; ou associa-se uma causa a uma consequência e com cada grupo constroem-se 2 ou 3 parágrafos. prós e contras - são as mesmas opções da técnica de causas e consequências, substituídas por prós e contras. abordagem histórica - compara-se o antes e o hoje, elucidando os motivos e consequências dessas transformações. Cuidado com dados como datas, nomes de que não se tenha certeza. abordagem comparativa - usam-se duas ideias centrais para serem relacionadas no decorrer do texto. A relação destacada pode ser de identificação, de comparação ou as duas ao mesmo tempo. É muito importante manter uma abordagem mais ampla, mostrar os dois lados da questão. O texto esquematizado previamente reflete organização e técnica, valorizando bastante a redação. Logo, um texto equilibrado tem mais chances de receber melhores conceitos dos avaliadores, por demonstrar que o candidato se empenhou para construí-lo. Recurso adicional - para elucidar uma ideia e demonstrar atualização, pode-se apresentar de forma bastante objetiva e breve um exemplo relacionado ao assunto. Conclusão Representa o fecho do texto e vai gerar a impressão final do avaliador. Deve conter, assim como a introdução, em torno de 5, 6 linhas. Pode-se fazer uma reafirmação do tema e dar-lhe um fecho ou apresentar possíveis soluções para o problema apresentado. Apesar de ser um parecer pessoal, jamais se inclua. Evite começar com palavras e expressões como: concluindo, para finalizar, conclui-se que, pois pode ser considerado redundância.

PARTES DE UMA DISSERTAÇÃO

Introdução Constitui o parágrafo inicial do texto e deve ter, em média, 5, 6 linhas. É composta por uma sinopse do assunto a ser tratado no texto. Não se pode, entretanto, começar as explicações antes do tempo. Todas as ideias devem ser apresentadas de forma sintética, pois é no desenvolvimento que serão detalhadas. A construção da introdução pode ser feita de várias maneiras: constatação do problema Ex.: O aumento progressivo dos índices de violência nos grandes centros urbanos está promovendo uma mobilização político-social. delimitação do assunto Ex.: A cidade do Rio de Janeiro, um dos núcleos urbanos mais atrativos turisticamente no Brasil, aparece nos meios de comunicação também como foco de violência urbana. definição do tema Ex.: Como um dos mais problemáticos fenômenos sociais, a violência está mobilizando não só o governo brasileiro, mas também toda a população num esforço para sua erradicação. Na construção da introdução, a utilização de um dos métodos apresentados não seria suficiente. Deve-se, num segundo período, lançar as ideias a serem explicitadas no desenvolvimento. Para tanto, pode-se levantar 3 argumentos, causas e consequências, prós e contras. Lembre-se de que as explicações e respectivas fundamentações de cada uma dessas ideias cabem somente ao desenvolvimento. Observe alguns exemplos: A televisão - Se por um lado esse popular veículo de comunicação pode influenciar o espectador, também se constitui num excelente divulgador de informações com potencial até mesmo pedagógico. (as três ideias: manipulador de opiniões, divulgador de informações e instrumento educacional.) Escassez de energia elétrica - Destacam-se como fatores preponderantes para esse processo o aumento populacional e a má distribuição de energia que podem acarretar novo racionamento. (as três ideias: crescimento da população e da demanda de energia, problemas com distribuição da energia gerada no Brasil e a consequência do racionamento do uso de energia) A juventude e a violência - Pode-se associar esse crescimento da violência com o número de jovens envolvidos com drogas e sem orientações familiares, o que gera preconceito em relação a praticantes de esportes de luta e “funkeiros”.

DISSERTAÇÃO

Dissertar é um ato praticado pelas pessoas todos os dias. Elas procuram justificativas para a elevação dos preços, para o aumento da violência nas cidades, para a repressão dos pais. É mundial a preocupação com a bomba atômica, a AIDS, a solidão, a poluição. Muitas vezes, em casos de divergência de opiniões, cada um defende seus pontos de vista em relação ao futebol, ao cinema, à música. A vida cotidiana traz constantemente a necessidade de exposição de ideias pessoais, opiniões e pontos de vista. Em alguns casos, é preciso persuadir os outros a adotarem ou aceitarem uma forma de pensar diferente. Em todas essas situações, e em muitas outras, utiliza-se a linguagem para dissertar, ou seja, organizam-se palavras, frases, textos, a fim de, por meio da apresentação de ideias, dados e conceitos, chegar-se a conclusões. Em suma, dissertação implica discussão de temas, argumentação, organização do pensamento, defesa de pontos de vista, descoberta de soluções. É, entretanto, necessário conhecimento do assunto que se vai abordar, aliado a uma tomada de posição diante desse assunto. Argumentação A base de uma dissertação é a fundamentação de seu ponto de vista, sua opinião sobre o assunto. Para tanto, deve-se atentar para as relações de provas, de causa-consequência ou pontos favoráveis e desfavoráveis, muito usadas nesse processo. Algumas expressões indicadoras de causa e conseqüência causa : por causa de, graças a, em virtude de, em vista de, devido a, por motivo de consequência : consequentemente, em decorrência, como resultado, efeito de Algumas expressões que podem ser usadas para abordar temas com divergência de opiniões: em contrapartida, se por um lado... / por outro... , /é um fenômeno ambíguo, / enquanto uns afirmam... / outros dizem que... Exemplo de argumentação para a tese de que as abelhas são insetos extraordinários: porque tem instinto muito apurado; porque são organizadas em repúblicas disciplinadas; porque fornecem ao homem cera e mel; apesar de seus ferrões e de sua força quando constituem um enxame. [Nota] Observação I mesmo quando se destacam características positivas, é bom utilizar ponto negativo. Neste caso, destaca-se que a importância dos pontos positivos minimizam a negatividade do outro argumento. [Nota] Observação II lembre-se de que a razão prevalece sobre a emoção sempre em dissertações.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

FIQUEM DE OLHO!

A Prova de Redação será realizada no segundo dia do Enem 2012, 4 de novembro, junto com Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e Matemática e suas Tecnologias. O tempo total para a prova será de 5h30. A redação deve ser um texto dissertativo-argumentativo de no máximo 30 linhas, desenvolvido a partir de uma situação-problema e de subsídios oferecidos sob a forma de textos motivadores. O participante deve desenvolver uma reflexão escrita sobre um tema de ordem política, social ou cultural. O que dá nota zero na Redação: - Fuga ao tema - Não atender a proposta solicitada ou desenvolver outra estrutura textual que não seja a do tipo dissertativo-argumentativo; - Folha em branco - Entregar a Folha de Redação sem texto escrito; - Texto insuficiente - Escrever apenas (até) sete linhas; - Cópia dos textos motivadores – Não desenvolver argumentos próprios; - Impropérios, desenhos; - Desrespeito aos direitos humanos.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Veja o que muda na prova Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM)



As mudanças nesta edição dizem respeito, principalmente, à correção da redação: a nota mínima que autoriza uma nova avaliação do texto foi reduzida e se criou a figura da banca de avaliadores. O ministério também anunciou que vai divulgar, em julho, o "Guia do Participante", com exemplos de redação "de excelência" e explicações sobre a metodologia da correção.
Redação
Na prova deste ano, dois corretores, a princípio, olham a redação do candidato. Se a diferença entre a nota final deles for superior a 200 pontos na nota total ou de 80 pontos em cada uma das competências, um terceiro corretor entra em cena. A nota final será a média aritmética simples das menções “mais próximas”.
Caso a discrepância permaneça, uma banca, formada por três avaliadores, corrige novamente o texto. Ela, então, determina a nota final do candidato.
Na prática, o processo ocorre assim: se o corretor A, por exemplo, deu a um candidato nota 95 para a competência 1 (demonstrar domínio da norma padrão da língua escrita) e o corretor B deu nota 180, a redação será automaticamente corrigida pelo terceiro avaliador, já que a diferença entre as duas menções será de 85.
São cinco competências e cada uma vale 200 -1.000 é a nota máxima na redação. Se as duas notas finais (a soma das cinco competências) tiveram uma diferença superior a 200 pontos entre os dois avaliadores, o terceiro corretor também atua. Em persistindo a discrepância, o texto vai para a banca.
VEJA O QUE MUDOU NA CORREÇÃO DA REDAÇÃO DO ENEM
Processo de correção
Como era (em 2011)
Como ficou (em 2012)
Número de correções iniciais
Duas
Duas
Discrepância na
nota total
Igual ou maior que 300 na soma
Maior que 200 na soma total
Discrepância na competência
Não existia
Maior que 80 em qualquer competência
3ª correção
Supervisor (instância final)
Correção independente
4ª correção em banca
Não existia
Banca (instância final)

Esta é a segunda mudança na diferença mínima de pontos para uma nova correção da redação. Nas edições de 2009 e 2010, era preciso que os dois corretores dessem notas com no mínimo 500 pontos de discrepância entre uma e outra para que houvesse uma nova avaliação. No ano passado, o limite caiu para 300; agora, são 200 pontos.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

O tema e o título

Antes de se iniciar a dissertação, é necessário que se estabeleça a diferença entre o tema o título.

O tema é o assunto sobre o qual o redator irá escrever a sua redação, ou seja, é a idéia central que norteará as idéias secundárias a serem desenvolvidas. Será geralmente, uma oração completa.

Já o título, consiste numa expressão mínima que faz uma referência vaga acerca da redação, dando ao leitor uma idéia vaga sobre o tema escolhido e sobre o que será tratado no texto. Será, na maioria das vezes, um conjunto de palavras nominais, ou seja, não constituem uma oração.

Exemplo:

Tema - É cada vez mais evidente o papel desempenhado pela televisão na formação do jovem do século XXI.

Veja algumas possibilidades de temas:

- A televisão e o jovem moderno

- As influências da televisão na educação dos jovens

- O papel da tv na educação

- Televisão versus educação

OBS! Note que há uma diferença básica entre o título e o tema. O primeiro é apenas uma expressão e geralmente não apresenta verbo, enquanto o segundo se constitui numa oração e tem evidentemente um verbo.

O que é redação?


Segundo o dicionário Aurélio (2002), redação é, entre outras coisas, composição literária sobre tema específico. Essa concepção implicar dizer que há um direcionamento que rege a redação, as idéias. Pode-se dizer então, que redação é a expressão de idéias.
Estruturalmente, a redação pode ser dividida em três tipos: narração, descrição e dissertação.
1.1. narração: a narração consiste numa composição em que um narrador conta (narra) fatos acontecidos com personagens, localizando-os num tempo e num determinado espaço.
1.2. descrição: a descrição consiste em desenhar textualmente um objeto, uma situação, um ambiente, enfim, dá ao leitor a idéia visual de algo concreto. É utilizada, principalmente, em textos narrativos para compor os cenários, os espaços, as personagens.
1.3. dissertação: a dissertação, é uma forma de redação em que se apresentam considerações a respeito de um tema para expor, explanar, explicar ou interpretar idéias. O exercício dissertativo implica, mais que qualquer outro, o exercício da razão, do raciocínio – operação mental que parte do conhecido para o desconhecido – da interferência dos dados da lógica. (Andrade & Henriques: 1999).
A dissertação consiste numa exposição de idéias que se estruturam em torno de um tema específico. Na dissertação o papel do redator é convencer o leitor a despeito de suas idéias, que são apresentadas de forma clara e objetiva, numa linguagem denotativa, onde este pode expor tudo que considera pertinente e que sirva para enriquecer a sua exposição, como exemplificações e comparações.

DISSERTAÇÃO: TIPOS DE INTRODUÇÃO


O primeiro parágrafo da redação dissertativa é a porta de entendimento para aquele que está lendo. É o parágrafo mais importante do texto. Nele, está contido o "tema" que será desenvolvido nos outros parágrafos. Encontrei alguns "modelos" de introdução que podem ser estudados e desenvolvidos por vocês.

Para exemplificação, suponhamos o tema:
A questão do menor no Brasil

Uma possível introdução seria:

Para se analisar a questão da violência contra o menor no Brasil é essencial que se discutam suas causas e suas conseqüências.

O principal defeito em uma redação que utiliza este tipo de introdução é seguir outro roteiro que não seja o nela citado.



Hipótese (hipo) tese

Este tipo de introdução traz o ponto de vista a ser defendido, ou seja, a tese que se pretende provar durante o desenvolvimento. Evidentemente a tese será retomada – e não copiada - na conclusão.

Vejamos um exemplo para o mesmo tema:

A questão da violência contra o menor tem origem na miséria - a principal responsável pela desagregação familiar.

O principal risco desse tipo de introdução é não ser capaz de realmente comprovar a tese apresentada.

Perguntas

Esta introdução constitui-se de uma série de perguntas sobre o tema.
Exemplo:
É possível imaginar o Brasil como um pais desenvolvido e com justiça social enquanto existir tanta violência contra o menor?

O principal problema neste tipo de introdução é não responder, ou responder de forma ineficaz, as perguntas feitas. Além disso, por ser uma forma bastante simples de começar um texto, às vezes não consegue atrair suficientemente a atenção do leitor.



Histórica


Esta introdução traça um rápido panorama histórico da questão, servindo muitas vezes de contraponto ao presente.

Às crianças nunca foi dada a importância devida. Em Canudos e em Palmares não foram poupadas. Na Candelária ou na praça da Sé continuam não sendo.

Deve-se tomar o cuidado de se escolher fatos históricos conhecidos e significativos para o desenvolvimento que se pretende dar ao texto.



Compararão - por semelhança ou oposição


Procura-se neste tipo de introdução mostrar como o tema, ou aspectos dele, se assemelham - ou se opõem - a outros.

É comum encontrar crianças de dez anos de idade vendendo balas nas esquinas brasileiras. Na França, nos EUA ou na Inglaterra - países desenvolvidos - nessa idade as crianças estão na escola e não submetidas a violência das ruas.

É bastante importante que a comparação seja adequada e sirva a algum propósito bem claro - no caso, mostrar o subdesenvolvimento brasileiro na questão do menor.



Definição

Parte da definição do significado do tema, ou de uma parte dele.

Menor: o mais pequeno, de segundo plano, inferior, aquele que não atingiu a maioridade. O uso da palavra “menor” para se referir às crianças no Brasil já demonstra como são tratadas: em segundo plano.

Vale perceber que há, muitas vezes, mais de uma maneira de se definir algo e, portanto a escolha da definição mais adequada dependera do ponto de vista a ser defendido.


Contestação

Contesta uma idéia ou uma citação conhecida.

O Brasil é o país do futuro. A criança é o futuro do país. Ora, se a criança no Brasil passa fome, é submetida às mais diversas formas de violência física, não tem escola, nem saúde, como pode ser esse o pais do futuro? Ou será que a criança não é o futuro do país?

Repare como esse tipo de introdução pode ser bastante atraente, uma vez que desfazer clichês atrai mais a atenção do que usá-los.



Narração

Trata-se de contar um pequeno fato de relevância como ponto de partida para a análise do tema.

Sentar numa frigideira com óleo quente foi o castigo imposto ao pequeno D., de um ano e meio, pelo pai, alcoólatra. Temendo ser preso, ele levou a criança a um hospital uma semana depois. A mulher, também vitima de espancamentos, o denunciou à polícia. O agressor fugiu.

Cuidado, ao fazer este tipo de introdução, para não cometer o erro de contar um fato sem relevância, ou transformar toda sua dissertação em uma narrativa.



Estatística

Consiste em se apresentar dados estatísticos relativos à questão a ser tratada.

Quarenta mil crianças morreram hoje no mundo, vítimas de doenças comuns combinadas com a desnutrição. Para cada criança que morreu hoje, muitas outras vivem com a saúde debilitada. Entre os sobreviventes, metade nunca colocará os pés em uma sala de aula. Isso não é uma catástrofe futura. Isso aconteceu ontem, está acontecendo hoje. E irá acontecer amanhã, exceto se o mundo decidir proteger suas crianças.

Veja que o dado estatístico, muitas vezes, não diz nada por si só. E necessário que ele apareça acompanhado de uma análise criteriosa.



Mista

Procura fundir várias formas de introdução. Veja como o exemplo dado em contestação traz também a introdução com perguntas. Vejamos um outro possível exemplo.

Crianças mortas em frente a Igreja da Candelária. Denúncias de meninas se prostituindo nas cidades e nos campos. Garotos vendendo balas nas esquinas. Não é possível imaginar o Brasil um país desenvolvido e com justiça social enquanto perdurar tão triste quadro.

sábado, 19 de novembro de 2011

PERIPÉCIAS DA ALDENOURA


Os convidados é que trabalharam!
A Aldenoura nos convidou para seu aniversário e logo avisou que se não chegássemos antes das 9h da manhã não iríamos entrar. Imaginamos, então, um big café da manhã, afinal de contas, ela também era mestra em fazer comilanças deliciosas. Acordamos cedo, e, em jejum, nos deslocamos para o sítio “O que é que te farta”, localizado na ponte do ipixuna. Quando Chegamos, logo percebemos que fomos enganados, pois apenas uma garrafa de café preto e umas rosquinhas enfeitavam a mesa. Mas, em cima de outras mesas, estavam os materiais necessários para preparar o churrasco, o arroz, a farofa, a salada de fruta, a sobremesa... E, para a nossa maior surpresa, os nomes dos componentes de cada equipe. Cada uma teria que executar uma tarefa. Foi, então, que “caiu a ficha”, nós iríamos preparar o almoço para ela. Executamos as atividades com o estômago roncando. No início reclamos, mas depois ela se encarregou de alegrar o nosso ambiente. Colocou música e charlava com uma taça de champanhe ao redor de cada mesa. Fiscalizava todas as tarefas nos mínimos detalhes e não parava de falar, sugerir, mandar refazer... E depois ainda deu nota para cada grupo. O que a equipe vencedora ganhou? Experiência, muita experiência. E, é claro, as belas lições da nossa mestra: “Não fizeram mais do que a obrigação de vocês. Queriam que eu trabalhasse dia do meu aniversário? Ora, quem merece o presente? A aniversariante!” É, mana, e não é que você tinha razão! Obrigada por esses momentos lindos que passamos ao seu lado!

terça-feira, 8 de novembro de 2011

PERIPÉCIAS DA ALDENOURA


- A sabotagem do concurso de beleza

Como sempre foi taxada pela família de feia ou diferente, pelo fato de não ter lindos olhos claros, a Aldenoura resolveu fazer um concurso de beleza entre as seis irmãs. Era necessário provar o contrário. Planejou tudo, determinou, inclusive, que as candidatas iriam ser as próprias juradas. Ela sabia, esperta como era, que, nesse momento, os quesitos afinidade, interesse, amizade iam definir o resultado. Por isso, de maneira brilhante, conseguiu subornar a irmã caçula, só foi preciso alguns bombons e a narrativa de historinhas infantis. A coitadinha, sem saber das intenções da irmã mais velha, resolveu dar seu humilde voto para ela. Quando foi somada a votação, “a patinha feia” era a vencedora. As outras, enfurecidas, resolveram fazer uma CPI e descobriram que a Aldenoura votou nela mesma, por isso somou dois votos e, então, foi a ganhadora do grande concurso; enquanto as outras, tiveram apenas um. E ela, de maneira sábia e criativa, defendeu seu ponto vista: “Se eu não me achar bonita e valorizar, quem vai achar? E ainda concluiu sua grande teoria : “os olhos claros só servem para inflamar e dar remela”.

Minha irmã era muito presepeira! É muito, muito difícil usar o verbo no passado!

terça-feira, 1 de novembro de 2011

PERIPÉCIAS DA ALDENOURA



Vale a pena qualquer coisa para ver seu ídolo

Aldenoura era fã número um do cantor Jerry Adriane. Na época, ele arrebatava os corações das mocinhas . Um dia, chegou a notícia que ele iria cantar em Abaetetuba. A euforia foi total. Mas, um grande problema surgiu: Como adquirir o dinheiro para comprar o ingresso? Tio Pedra, pai da Aldenoura, para colocar em prova o tamanho do amor da fã pelo ídolo, sugeriu que ela lavasse o chiqueiro do porco. Ela aceitou na hora. Então, passou a tarde toda suja de lama com um odor insuportável. Por volta das cinco da tarde, o Copacabana, em edição extraordinária, anunciou o cancelamento do show. Ela serviu de caçoada por muito tempo. Mas, depois de muitos anos, quando já estava casada, realizou seu grande sonho, foi para Vila dos Cabanos assistir a um show do seu ídolo. Não só cantou e dançou , como também teve a oportunidade de conhecê-lo. Após muitos empurrões e euforias, conseguiu entrar no camarim. O encontro foi regado com abraços e beijos. E as fotos foram tiradas com objetivo de esnobar daqueles que zombaram dela por muito tempo. Lição: Não devemos desistir dos nossos sonhos! Depois conto mais peripécias da nossa eterna professora, minha irmã inesquecível. Agora eu sei que a “morte afasta as pessoas fisicamente, mas não consegue afastar as relações”.

POEMA

Com os Mortos
Os que amei, onde estão? Idos, dispersos,
arrastados no giro dos tufões,
Levados, como em sonho, entre visões,
Na fuga, no ruir dos universos...

E eu mesmo, com os pés também imersos
Na corrente e à mercê dos turbilhões,
Só vejo espuma lívida, em cachões,
E entre ela, aqui e ali, vultos submersos...

Mas se paro um momento, se consigo
Fechar os olhos, sinto-os a meu lado
De novo, esses que amei vivem comigo,

Vejo-os, ouço-os e ouvem-me também,
Juntos no antigo amor, no amor sagrado,
Na comunhão ideal do eterno Bem.

Antero de Quental, in "Sonetos"


terça-feira, 25 de outubro de 2011

CRITÉRIOS DE CORREÇÃO DO ENEM


A redação do Enem é corrigida por dois corretores de forma independente, sem que um conheça a nota atribuída pelo outro. A nota final corresponde à média aritmética simples das notas atribuídas pelos dois corretores. Caso haja discrepância de 300 pontos ou mais na nota atribuída pelos corretores (em uma escala de 0 a 1000), a redação passará por uma terceira correção, realizada por um supervisor.
A nota atribuída pelo supervisor substitui a nota dos demais corretores. De acordo com o edital, o Inep considera que a metodologia empregada na correção das redações contempla recurso de ofício.
Será atribuída nota zero à redação: que não atender a proposta solicitada ou que possua outra estrutura textual que não seja a do tipo dissertativo-argumentativo; sem texto escrito na folha de redação, que será considerada "em branco"; com até sete linhas, qualquer que seja o conteúdo, que configurará "texto insuficiente"; linhas com cópia dos textos motivadores apresentados no caderno de questões serão desconsideradas para efeito de correção e de contagem do mínimo de linhas; com impropérios, desenhos e outras formas propositais de anulação, que será considerada "anulada".

CORREÇÃO DA REDAÇÃO DO ENEM

Nesta seção, iremos ajudá-lo a entender como é feita a correção da redação e os critérios utilizados nela.

Apresentamos as redações do ENEM de 98, 99 e do simulado COC-ENEM. Numa folha de papel à parte, refaça estas redações, treinando suas competências e habilidades.

A redação deverá ser estruturada na forma de texto em prosa do tipo dissertativo-argumentativo, a partir da proposta de um tema de ordem social, científica, cultural ou política.

Na redação, também serão avaliadas as cinco competências da Matriz do ENEM, referidas à produção de um texto. Cada uma das competências será avaliada numa escala de 0 a 100 pontos.

Caso o participante não desenvolva o tema e a estrutura solicitados, será atribuída a nota ZERO à competência II da redação, o que anula a correção das demais competências da redação. A nota global da redação, neste caso, será ZERO.

A nota global da redação será dada pela média aritmética das notas atribuídas a cada uma das cinco competências específicas da redação.

As cinco competências avaliadas na redação são as mesmas avaliadas na parte objetiva da prova, traduzidas para uma situação específica de produção de texto, conforme especificado a seguir:

Parte Objetiva Redação
I. Dominar a norma culta da Língua Portuguesa e fazer uso das linguagens matemática, artística e científica. I. Demonstrar domínio da norma culta da língua escrita.
II. Construir e aplicar conceitos da várias áreas do conhecimento para a compreensão de fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos, da produção tecnológica e das manifestações artísticas. II. Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo.
III. Selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações representados de diferentes formas, para tomar decisões e enfrentar situações-problema. III. Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
IV. Relacionar informações, representadas em diferentes formas e conhecimentos disponíveis em situações concretas, para construir argumentação consistente. IV. Demonstrar conhecimento dos mecanismos lingüísticos necessários para a construção da argumentação.
V. Recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para elaboração de propostas de intervenção solidária na realidade, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural. V. Elaborar proposta de solução para o problema abordado, mostrando respeito aos valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.

Na competência I, espera-se que o participante escolha o registro adequado a uma situação formal de produção de texto escrito. Na avaliação, serão considerados os fundamentos gramaticais do texto escrito, refletidos na utilização da norma culta em aspectos como: sintaxe de concordância, regência e colocação; pontuação; flexão; ortografia; e adequação de registro demonstrada, no desempenho lingüístico, de acordo com a situação formal de produção exigida.

O eixo da competência II reside na compreensão do tema que instaura uma problemática a respeito da qual se pede um texto escrito, em prosa, do tipo dissertativo-argumentativo. Por meio desse tipo de texto, analisam-se, interpretam-se e relacionam-se dados, informações e conceitos amplos, tendo-se em vista a construção de uma argumentação, em defesa de um ponto de vista.

Na competência III, procura-se avaliar como o participante, em uma situação formal de interlocução, seleciona, organiza, relaciona e interpreta os dados, informações e conceitos necessários para defender sua perspectiva sobre o tema proposto.

Na competência IV, avalia-se a utilização de recursos coesivos da modalidade escrita, com vistas à adequada articulação dos argumentos, fatos e opiniões selecionados para a defesa de um ponto de vista sobre o tema proposto. Serão considerados os mecanismos lingüísticos responsáveis pela construção da argumentação na superfície textual, tais como: coesão referencial; coesão lexical (sinônimos, hiperônimos, repetição, reiteração); e coesão gramatical (uso de conectivos, tempos verbais, pontuação, seqüência temporal, relações anafóricas, conectores intervocabulares, intersentenciais, interparágrafos).

Na competência V, verifica-se como o participante indicará as possíveis variáveis para solucionar a problemática desenvolvida, quais propostas de intervenção apresentou, qual a relação destas com o projeto desenvolvido sobre o tema proposto e a qualidade destas propostas, mais genéricas ou específicas, tendo por base a solidariedade humana e o respeito à diversidade de pontos de vista, eixos de uma sociedade democrática.