quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Para refletir!

Adão e seu parceiro

Deus tinha terminado de criar Adão.
- Adão, eu quero que escolha um parceiro entre os outros animais do jardim.
Então Adão procurou por todo jardim tentando achar um parceiro. Após alguns minutos:
- Deus, nenhum desses animais serve.
Então Deus fez a mulher para Adão. Adão olhou para a
mulher e:
- Deus, por que você a fez tão bonita?
- Porque assim você irá gostar dela, Adão.
- Mas Deus, ela é tão linda, por que ela é tão linda?
- Por que assim você irá gostar dela.
- Mas Deus, por que você a fez tão burra?
- Porque assim ela irá gostar de você.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Declaração de Amor

Declaração de Amor

Tentei dizer quanto te amava, aquela vez, baixinho mas havia um grande berreiro, um enorme
burburinho e, pensado bem, o berçário não era o melhor lugar. Você de fraldas, uma graça, e eu
pelado lado a lado, cada um recém-chegado você emsaber ouvir, eu sem saber falar. Tentei de novo, lembro bem, na escola. Um PS no bilhete pedindo cola interceptado pela professora como um gavião.
Fui parar na sala da diretora e depois na rua enquanto você, compreensivelmente, ficou na sua. A
vida é curta, longa é a paixão.
Numa festinha, ah, nossas festinhas, disse tudo:"Eu
te adoro, te venero, na tua frente fico mudo". E você
não disse nada. E você não disse nada. Só mais
tarde, de ressaca, atinei. Cheio de amor e Cuba, me
enganei e disse tudo para uma almofada. Gravei, em
vinte árvores, quarenta corações. O teu nome, o
meu, flechas e palpitações: No mal-me-quer, bem-
me-quer, dizimei jardins. Resultado: sou persona
pouco grata corrido a gritos de"Mata! Mata!" por
conservacionistas, ecólogos e afins. Recorri, em
desespero, ao gesto obsoleto:"Se não me segurarem
faço um soneto"E não é que fiz, e até com boas
rimas? Você não leu, e nem sequer ficou sabendo.
Continuo inédito e por teu amor sofrendo. Mas fui
premiado num concurso em Minas.
Comecei a escrever com pincel e piche num muro
branco, o asseio que se lixe, todo o meu amor para a
tua ciência. Fui preso, aos socos, e fichado. Dias e
mais dias interrogado: era PC, PC do B ou alguma
dissidência? Te escrevi com lágrimas , sangue, suor e
mel(você devia ver o estado do papel) uma carta
longa, linda e passional. De resposta nem uma
carinha, nem um cartão, nem uma linha! Vá se
confiar no Correio Nacional. Com uma serenata, sim,
uma serenata como nos tempos da Cabocla Ingrata
me declararia, respeitando a métrica. Ardor, tenor, a
calçada enluarada...havia tudo sob a tua sacada
menos tomada pra guitarra elétrica. Decidi, então,
botar a maior banca no céu escrever com fumaça
branca: "Te amo, assinado.." e meu nome bem
legível. Já tinha avião, coragem, brevê, tudo para
impressionar você mas veio a crise, faltou o
combustível.
Ontem você me emprestou seu ouvido e na
discoteca, em meio do alarido, despejei meu coração.
Falei da devoção há anos entalada e você disse "Não
escuto banda". Disse "eu não escuto nada".
Curta é a vida, longa é a paixão.
Na velhice, num asilo, lado a lado em meio a um
silêncio abençoado direi o que sinto, meu bem. O
meu único medo é que então empinando a orelha
com a mão você me responda só: "Hein?"

(LUIZ FERNANDO VERISSIMO)

A Importância da Pontuação

Pontuação
Todos sabemos da importância da pontuação para a correta e precisa expressão do pensamento, principalmente na língua escrita. O
seguinte texto revela isso de modo eloqüente:
"Um homem rico estava muito mal de saúde. Pediu caneta e papel e escreveu assim:
'Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do alfaiate nada aos pobres'.
Morreu antes de fazer a pontuação. Afinal, a quem ele deixou a fortuna? Eram quatro concorrentes: a irmã, o sobrinho, o alfaiate e os
pobres. O escrito chegou às mãos deles e cada um fez a pontuação que lhe conveio, como veremos a seguir:
O sobrinho fez a seguinte pontuação: 'Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do alfaiate.
Nada aos pobres'.
A irmã chegou em seguida. Pontuou assim: 'Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do
alfaiate. Nada aos pobres'.
O alfaiate pediu cópia do original. Puxou a brasa para a sua sardinha: 'Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais!
Será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres'.
Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta leitura: 'Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho?
Jamais! Será paga a conta do alfaiate? Nada! Aos pobres'.
Assim é a vida. Nós é que colocamos os pontos. E isso faz a diferença."

Conto;"Embargo" de José Saramago

QUADRO ANALÍTICO DA ESTRUTURA NARRATIVA EM JOSÉ
SARAMAGO.
1. Assunto: Um homem tenta se livrar do controle que o
automóvel exerce sobre ele, sem conseguir.
2. Tempo: Na história – Cronológico (pelas mesmas razões
citadas em “Coisas”); um dia completo histórico (Natal da
década de 70, século XX – em virtude da referência ao Árabes –
OPEP – e ao problema de abastecimento de combustíveis
daquela época)
3. Personagens: O Marido, a Mulher e o Automóvel (Assim
como em “Coisas”, percebemos a ausência de nomes próprios
individualizadores para os personagens, sendo este um índice
de sua falta de subjetividade, de sua falta de humanidade.)
4. Enredo: Linear ( os fatos estão alinhavados, ligados de um
modo claro, coeso, direto)
5. Tempo: Na história, Cronológico ( a marcação temporal é
precisa, informando ao leitor o Passar do tempo que é
semelhante ao do relógio, do calendário); Histórico: no futuro (por
causa do controle burocrático absoluto do Estado sobre o
cidadão)
6. Foco: 3.º Pessoa. Narrado Onisciente e Onipresente.
7. Espaço: Um ambiente urbano metropolizado.
8. Linguagem: Culta, distensa e estetizada (pelo uso de figuras
de linguagem)
9. Tipificação: Narrativa
alegórica e irônica. (Há
algo de surrealista nela,os
fatos são insólitos,
absurdos, porém, na
Literatura, estes podem
tornar-se ou serem aceitos

Grade de Correção de Redação

ASPECTOS A SEREM CONSIDERADOS NA AVALIAÇÃO DAS REDAÇÕES

1 Organização adequada de conjunto do conteúdo temático e adequação de linguagem 0,5 a 4,0
pontos
a) adequação ao tema/comando
b) seqüenciação progressiva
c) relevância dos argumentos

3 pontos
d) adequação à situação de produção criada em função do gênero escolhido: sintaxe de
concordância, regência e colocação pronominal; emprego de vocábulos
1 ponto
2 Coerência e coesão textuais 0,5 a 4,0
pontos
a) relação das idéias do texto com o conhecimento partilhado
b) relação entre idéias do texto
c) correlação entre idéias do texto
d) sinalização (pistas textuais) que contribuíram para expressar os propósitos do texto
e) verbalização de enunciados: precisão ou propriedade no uso de palavras, uso de preposição em relação
ao sistema da língua, não-omissão de termos necessários ao enunciado, formulação de enunciados
completos, paralelismo semântico
f) uso/emprego de itens lingüísticos que promovem as relações de co-referencialidade
g) uso/emprego de itens lingüísticos que promovem as relações lógico-semânticas
h) uso/emprego de itens lingüísticos que promovem as relações semântico-discursivas
i) correlação de tempos e modos verbais
3 Regras de escrita 0,5 a 2,0
pontos
a) grafia de palavras, translineação, assinalamento da crase, paralelismo sintático
b) pontuação

SITUAÇÕES EM QUE SERÁ ATRIBUÍDA NOTA ZERO À REDAÇÃO

a) texto escrito a lápis;
b) texto com fuga ao tema;
c) texto em versos;
d) texto com menos de 20 linhas e com mais de 30 linhas, ou
e) texto significativamente comprometido quanto à expressão e ao conteúdo.

Camilo Pessanha

Síntese de Camilo Pessanha
SIMBOLISMO



Características da linguagem simbolista
1. Maiúsculas alegorizantes: personificação
2. Linguagem vaga, fluida, que prefere sugerir a nomear.
3. Utilização de substantivos abstratos, efêmeros, vagos e imprecisos;
4. Musicalidade. aliterações, assonâncias,repetições...
5. Subjetivismo e teorias que voltam-se ao mundo interior;
6. Antimaterialismo, anti-racionalismo em oposição ao positivismo; Conhecimento intuitivo e não-lógico
7. Misticismo, religiosidade, valorização do espiritual para se chegar à paz interior;
8. Pessimismo, dor de existir; Desejo de transcendência, de integração cósmica, deixando a matéria e libertando o espírito;
9. Pouco interesse pelo enredo e ação narrativa:
10. Interesse pelo noturno, pelo mistério e pela morte, assim como momentos de transição como o amanhecer e o crepúsculo e pela loucura.

LITERATURA PORTUGUESA

SIMBOLISMO

Camilo Pessanha

Revisão
O livro de poesia Clepsidra
título simbólico, que se refere a um instrumento de medição do tempo dado na Grécia aos oradores, instrumento do tipo da ampulheta, mas no qual corria água.


A vida é uma travessia inútil


Em Clepsidra,
Camilo Pessanha distancia-se de uma situação concreta, sua poesia é pura abstração.

Tem quatro grandes temas:
a) a Dor,
b) a Solidão,
c) a Morte,
d) a Transitoriedade a Fuga para o Nada.

O mostro que vive na água e tudo devora

Conto: "Confissão" de Miguel Torga

A confissão de Miguel Torga
Enredo de A Confissão
Na noite de Reis, divertia-se junto com o amigo Armindo, beberam muitas doses de bebida alcoólica e lá pelas tantas da festa, brigaram por coisa alguma. Cada um foi para um lado. Em uma esquina mal iluminada, Armindo recebeu uma facada e gritou o nome do Bernardo. Júlia Garrido que estava em seu quarto,correu para abrir a Janela e percebeu um vulto a escapar. Ela juraria que era o vulto do Bernardo. Uma parte da juventude de Fontela foi torturada na cadeia de Freixeda. O Sargento e o cabo utilizavam esse método investigativo. Bernardo foi o último a ser interrogado e o mais torturado. Mesmo em situação deplorável continuou insistindo em sua inocência. O sargento suspendeu a tortura, ordenou que liberta-se os outros presos e colocasse o Bernardo na salmoura. A tortura continuaria no dia seguinte.
Enquanto era surrado, uma imagem lhe surgiu a mente. Era o Reinaldo no escuro a observar a briga, depois seguiu o Armindo e lhe enfiou a faca. Por ter sido preterido no coração da Silvana, que o trocara pelo Armindo. Nada mais natural o Armindo acreditar que a facada que recebera, era oriunda da desavença de minutos antes em local público.
Todas as evidências conspiravam contra ele. Não era só o sargento, todo o povoado não acreditaria na sua inocência. Lançar a suspeita sobre o Reinaldo, não faria isso. Não tinha certeza absoluta sobre a culpa do Reinaldo e nem era delator.
Só lhe restava alternativa da fuga.Com essa atitude,estaria assumindo a culpa perante todos.Não ficaria sendo castigado injustamente. Na mesma noite fugira, passara em casa, pedira dinheiro emprestado e antes do sol nascer atravessou a fronteira.
Meio século depois regressara a terra natal, pobre, velho, amargurado por uma vida de exilado. Tinha a intenção de rezar duas avé-marias na sepultura dos pais. Não avisara nem mesmo a irmã do seu regresso. Diante do cruzeiro, do pequeno riacho e da bica pública de água,refletiu sobre o sofrimento que sofrera por causa do desalmado que cometera o crime e permitira um inocente ser separado de sua cidade,de sua família e de seus sonhos.
Alguém gritou o seu nome. Oh! Bernardo! Era o padre Artur, amigo de infância e seminarista na época do crime. Surpreendentemente o padre sabia quem era o autor do crime. O Reinaldo naquela manhã lhe confessara no leito de morte. Reinaldo era o assassino. Bernardo seguiu para o velório e desferiu dois tampas na cara do morto na presença de todos.
O final do conto
O ambiente era lúgubre. Havia lágrimas e luto em todos os olhos.
Rompeu por entre a multidão que se acotovelava, sem ninguém o reconhecer.
— Quem é? — perguntavam.
— Não sei.
O cadáver jazia ainda sobre a cama, já vestido, à espera do caixão.
A passos lentos aproximou-se e fitou durante alguns momentos a figura hirta e mirrada do defunto. De repente, num ímpeto, deitou-lhe as mãos às abas do casaco, ergueu-o e rouquejou ou, fora de si:
— Estás morto, é o que te vale. Mas mesmo assim não vais deste mundo sem duas bofetadas na cara, covarde!
E deu-lhas.

Conto: "O Lopo" de MIguel Torga

O Lopo Miguel Torga

O LOPO

Enredo
Manuel Lobo abriu com muito esforço uma mina, no pé da montanha. Dedicou três meses de intenso trabalho.Picareta e dinamite. No entanto, um rico proprietário Dr Casimiro, disputou na justiça a posse da mina. O Lopo foi ao escritório do seu advogado,o Dr Canavarro. A notícia foi a pior possível. Perdera a causa e teria que pagar a custa do processo. Foi almoçar com o amigo Marrau. Após o almoço avisou o amigo que não esperaria, voltaria antes para casa. No caminho vinha compenetrado, por dentro estava arrasado, porém não aparentava a ninguém o seu estado emocional. Cumprimentou as pessoas pelo caminho. Resolveu visitar a mina pela última vez. Lavou o rosto no riacho e voltou resoluto para casa. Ficou tranqüilo novamente. Mentiu para a espo-sa, afirmando que o advogado não tinha nenhuma novidade. Foi a janela, cumprimentou quem passava, jantou e foi dormir. Não teve insônia. Pela manhã mentiu a esposa.Disse que iria caçar uma lebre. Atravessou a cidade de Carvas, antes dos moradores despertarem. Seguiu para a propriedade rural do Casimiro a quinta dos Balaus ) . O Casimiro admirava sua plantação de uva. O Lopo o chamou por duas vezes. Atirou.
O final do conto
O Lopo, então, saltou ao caminho, regressou a casa pelo Lenteiro, depois de atirar a caçadeira a um poço, e falou assim à mulher:
—A questão está perdida e o ladrão já foi prestar contas a Deus. Sigo agora para Fermentelos, a ver se o Grilo me arranja dinheiro e passo a fronteira .ainda esta noite. Embarco em Vigo. Não levo nada, para ir mais leve e ninguém desconfiar. Tu ficas aqui, muito calada, até eu dar noticias. Adeus, e não chores.

Análise
Humano e desumano
As pessoas que possui uma visão humanística de sociedade, que lutam e sonham por uma relação fraterna entre as pessoas, Istoé, a valorização da justiça, da dignidade, do respeito ao próximo, a consciência de cidadania e a propagação de valores em busca da melhora moral do ser humano.
Sente-se incomodado com a solução radical no término do conto. O protagonista de marginalizado transfigura-se em marginal, assassino, aparentemente frio.
Esse limite entre o humano, o racional, o consciente marido, o tranqüilo amigo, o vizinho ,o trabalhador ,o cidadão e de repente o homicida,o fugitivo, o marido ausente, o renegado social ... Até onde é o limite do humano e desumano em nós? O cidadão que virou assassino. Vingou-se, porém tornou-se um ser marginalizado e marginal. A justiça pelas próprias mãos nesse caso e na maioria das vezes é incompatível com o humanismo e acaba descambando para a barbaria.
Inegável a culpa do Estado através dos seus agentes, que omissos ou promíscuos em suas funções,colaboram para o atraso das relações sociais e a deturpação da dignidade humana.
Temos um conluio de valores deturpados,para a felicidade das pessoas como : ganância e mentira, corrupção,crimes, que não findou no assassinato. A violência em suas múltiplas formas. A esposa separada do marido é um exem
plo de violência.
Traços marcantes
Os Personagens de Miguel Torga são humildes, porém não são subservientes. O Lopo mesmo sofrendo uma revolução interior , não demonstra o seu estado de espírito a ninguém. Almoça,cumprimenta as pessoas no caminho, janta,dormi...e mata o desafeto.

Regionalismo
Retrata o interior de Portugal, região norte do país. Carvas e seus arredores. Era inverno,mês de janeiro. No campo lexical, temos vários termos da região.
Vai uma cigarrada? ,
... respondeu a todas as pessoas que encontrou e o salvaram, e em Lobrigos, seco dos fumos da raia, bebeu um quartilho, sem que o taberneiro desse conta de qualquer nuvem a turvar-lhe o semblante.
— Então adeus, ti João!
— Adeus, Manuel. Vais-te chegando ao borralho?

Esse conto mesmo sendo regionalista, possui características univer-sais. Vejamos a seguinte correlação entre esse conto de 1941, que retrata a,região norte de Portugal e a realidade do interior do nosso Pará.
Quantos agricultores passaram e passam por situação parecida,nas terras amazônicas, que são griladas por grandes latifundiários,com a conivência de donos de cartórios e diversas autoridades munici-pal,estadual e federal.
O pequeno Posseiro é expulso da terra , enquanto o grileiro expande sua documentada propriedade, ou as vende aos grandes bancos e multinacionais. A sede do poderoso na sua ganância, ausência e corrupção do Estado, gera violência e atraso social em qualquer lugar do mundo.

Temática : A violência ( Os limites da justiça )

a) A violência do ganancioso, que já tem muito e quer mais ,independente da ética, do certo, do justo. Personificado no conto pelo Dr Casimiro.
b) A violência do Estado, personificado na justiça que não é justa.Que é corrompida pela força do poder econômico. Não cumprindo sua função social para qual foi criada.
c) A violência de um trabalhador ,que ao ser injustiçado,revida com mais violência e perde a dimensão humana ao matar o semelhante.
Trabalhadores
Mesmo o Dr Casimiro como o Manuel Lopo, todos são trabalhadores características dos personagens dessa região.

Personagens
O Manuel Lopo o protagonista, injustiçado e assassino.
Dr Casimiro, o homem que lhe roubou a mina e por isso foi as-sassinado
Sr. Casimiro, o homem que lhe tinha roubado nos tribunais a posse da mina, mourejava de sol a sol. (...) . Rico e manhoso, movia montanhas a cavar o dia inteiro, sem ninguém descortinar como conseguia ter Portugal nas mãos quase sem sair da terra.
Rita, a esposa , dona de casa, não percebera alteração no marido
Dr Canavarro, seu advogado
Marrau, o amigo que estava junto no almoço
Tio João, o taberneiro
D.Rosa, professora de um povoado
Amarante,dono do burro que levava a professora
Grilo, o amigo que o Lopo pretendia pedir dinheiro durante a fuga.
Foco Narrativo : 3° pessoa,narrador onisciente e onipresente
Espaço : Carvas e arredores, interior de Portugal
Enredo: Linear,início,meio e fim
Tempo: Cronológico, aproximadamente 24 horas

Conto-" Natal" de Miguel Torga

O conto Natal de Maiguel Torga
O CONTO NATAL DE MIGUEL TORGA


Características do conto Natal.
O título do conto nos remete ao nascimento de Cristo.O vocábulo Natal significa nascimento.
Cristianismo. Natal simbolicamente para o cristão significa renascer em Cristo, ,refletir e renovar os votos de fé no filho de Deus. Dia de festa familiar, Comemorar , confraternização, compartilhar alimentos, presentes, a alegria pelas conquistas do ano que finda ,ou esperança de melhores dias no ano que logo raia no 1° de janeiro. O termo consoada significa : Pequena refeição que os católicos podem tomar à noite. Presente que se dá pelo Natal. Banquete ou refeição festiva na noite de Natal.Logo consoar siginifica : Comer ou beber em consoada. Celebrar a consoada.

O Personagem
Garrinchas,homem idoso de 75 anos,que muito caminha para pedir a colaboração alheia. Em lourosa sua cidade Natal, nada recebe.Sua vi da de pedinte não é fácil.

O Filósofo
• Ele aceita o destino (fado) sem revolta. Demonstra inteligência, pois na idade que se encontra pouco pode fazer para mudar seu cotidiano. Por isso é mais inteligente não ser uma criatura revoltada, não fica lamentando a vida que tem. Pelo contrário toca a vida sem mágoa.( Inteligência emocional)


O Apego as origens
• Ele não tem família, moradia, homem solitário, mendigo a correr estrada, porém decidiu passar a noite de natal no local que nascera.Por mais que naquele local a insensibilidade prevaleça em relação a sua pessoa, todos em Lourosa lhe negam a esmola do dia a dia. No entanto Garrinchas tem apego a sua origem, ao local de nascimento, ao seu torrão, a sua manjedoura.
Altivez, tem atitude
• Diante da impossibilidade de alcançar naquela noite sua cidade natal, Garrinchas acostumado as adversidades do caminho, logo improvisou abrigo, aquecimento e feliz jantou ( a ceia natalina) bem acompanhado. Temos em relevo um traço marcante de sua personalidade, pois enfrenta os desafios do caminho com natu-ralidade.
Mesmo para pedinte, o trabalho era duro
• A caminhada fora longa, porém lucrativa ganhara dinheiro e o fardel estava cheio. A neve e a noite, o cansaço o impediram de continuar a caminhada até Lousada para a noite de natal.
Ausência do espírito cristão em Lousada
A crítica implícita aos moradores de Lousada, que os fornos estavam acesos, indício de festa, fartura, na noite de natal, porém ninguém lembrava dos mais humildes,dos mendigos da cidade. Do verdadeiro espírito cristão.

Vestido de Noiva de Nelson Rodrigues

Gênero dramático - peça de Nelson Rodrigues e possui três atos . A direção do polonês Ziembinski
• A competição entre as irmãs
• A ironia a partir do título que deveria simbolizar a virgindade e no entanto temos um final com marcha fúnebre,que se sobrepõe à marcha nupcial,
• Alaíde é a protagonista . Mulher insatisfeita e inconformada com a condição feminina. Seduz os namorados da irmã como uma tentativa de auto-afirmação
• Lúcia, irmã de Alaíde, aparece em quase toda a peça como Mulher de Véu. É uma pessoa também insatisfeita, incompleta, que vive atormentada pelo sentimento de ter sido passada para trás pela irmã. A mulher de véu também se constitui numa imagem de pessimismo. É a mulher que não se revela, mas está sempre pronta a dar o bote, em seu desejo de vingança
• Pedro é o elemento dominador, é quem manipula as mulheres para conseguir o que quer. Namora Lúcia inicialmente, deixa-se seduzir por Alaíde, com quem se casa pela primeira vez, e depois concebe um plano macabro de eliminar a esposa para retornar aos braços da irmã
• Madame Clessi é a prostituta do início do século que povoa a mente de Alaíde. Ela havia residido na casa de Alaíde décadas atrás, e os pais da protagonista resolvem queimar seus pertences, alguns dos quais são salvos, inclusive o diário. Clessi representa (para Alaíde) o ideal de mulher liberada, que agride a sociedade hipócrita que Alaíde nega, mas na qual ela transita.
• Os demais personagens desempenham papéis secundários, como o namoradinho adolescente de Clessi, que a assassina com uma navalhada, e os pais de Alaíde e Lúcia e a mãe de Pedro, que representam a classe média conformada e deslumbrada com as convenções sociais, que devem ser preservadas.
• Espaço : A classe média carioca nas imediações dos anos quarenta
• Temática : crítica a hipocrisia, aos valores burgueses do casamento, a família socialmente perfeita , preconceitos e repressão da sexualidade feminina
• A peça inicia com buzina de automóvel, barulho de derrapagem violenta, vidraças partidas(realidade)
• . O cenário é dividido em três planos : realidade, memória e alucinação Vestido de Noiva não representou apenas uma revolução no texto.
• Foi também uma revolução no cenário e no modo de fusão de vários tempos num mesmo espaço. flashback, recurso que até aquele momento só era utilizado no cinema.
• Também o linguajar das personagens sofreu grandes modificações.
• Valoriza-se a fala despojada das classes médias urbanas.
• O plano da realidade
encena a luta de Alaíde contra a morte, em estado de coma, na mesa de operação, bem como os acontecimentos que sucedem o atropelamento: a movimentação dos repórteres, a reclamação de uma leitora de um jornal sobre o abuso de velocidade dos automóveis, a conversa do marido, Pedro, com os médicos, a morte da protagonista, o velório, o luto dos parentes, e finalmente o casamento de Pedro com Lúcia, irmã de Alaíde.
Os planos da memória e da alucinação
• Esses dois planos são projeções exteriores do subconsciente de Alaíde
• desejo irresistível de transgredir
• O principal símbolo da libertação feminina é para ela Madame Clessi,
• , Alaíde consegue resgatar o diário dela, e fica conhecendo detalhes de sua trajetória, complementados com recortes de jornais da época encontrados na Biblioteca Nacional.
• Na fantasia a vida dupla : No caso de Alaíde, ela acaba conseguindo ter acesso ao sexo na vida real(casamento ) e uma tentativa no subconsciente, em sua amizade com Clessi. (prostituição )
• consegue manipular as pessoas com seu poder de sedução.
• Ninguém presta, nesta peça: Alaíde é neurótica e oportunista, Pedro e Lúcia são presumidos assassinos e hipocritamente se casam, com o consentimento dos pais de Lúcia e da inexpressiva mãe de Pedro